Na estrutura psíquica, o ego surge em resposta às frustrações e exigências que o mundo externo impõe ao organismo . À medida que se desenvolve, aprende a obedecer o princípio da realidade, enquanto que o id persiste seguindo o princípio do prazer. Obviamente, então, haverá conflito entre o ego e o id. O superego incorporou-se ao ego como um controle automático devido às exigências impostas pelo meio. Entretanto, o próprio meio pode ser fonte de tentações para os impulsos do id e haverá então um conflito entre o ego e o superego.
Em vista disto, desenvolvem-se os mecanismos de defesa destinados a proteger a pessoa contra impulsos ou afetos que possam ocasionar aqueles conflitos, os quais são fontes de angustia. A angustia é a reação do ego diante da percepção inconsciente de qualquer ameaça à sua integridade e se traduz por sintomas e sinais equivalentes a uma reação intensa de medo, porém sem objeto aparente. As ameaças podem provir da própria natureza e intensidade do impulso, do sentimento de culpa frente ao superego se houver satisfação do impulso, do sentimento de inferioridade se o impulso não for satisfeito e do receio da crítica social se o indivíduo não rejeitar as próprias tendências.
Os mecanismos de defesa têm funções protetoras e alguns deles são empregados por todos, na vida cotidiana, para conseguir a estabilidade emocional. Podem ser usados para auxiliar na integração da personalidade, apoiando-a na adaptação ao meio e nas relações interpessoais. Entretanto, seu uso pode ser feito de forma inadequada ou mesmo destrutiva, tornando-os em si mesmos, ameaças para o bom funcionamento do ego, levando ao aparecimento de distúrbios psicológicos.
Projeção – É o processo mental pelo qual atributos da própria pessoa, não aceitos conscientemente, são imputados a outrem, sem levar em conta os dados da realidade. Exemplo: Um homem, não podendo conscientemente aceitar seus fortes sentimentos hostis em relação a um superior de quem depende, considera que este o persegue e maltrata, embora isto não corresponda às atitudes reais do referido superior. Ex: quando é difícil aceitar que somos invejosos e passamos a achar que todos nos invejam ou quando uma pessoa está com raiva e passa a achar que todos estão contra ela. Projeção: operação na qual o sujeito expulsa de si e localiza no
outro, pessoa ou coisa, as qualidades, os desejos, os afetos, os sentimentos que estão internalizados e ele desdenha e/ou recusa aceitar e/ou admitir que lhe são pertencentes. acordo com seus interesses, aptidões, expectativas e desejos.
Projeção: mecanismo de defesa
Um exemplo da dinâmica do comportamento de projeção é culpar alguma pessoa por um fracasso próprio. Assim, evita-se o desconforto de admitir conscientemente a falta cometida, guardando o sentimento no inconsciente.
Identificação projetiva
A identificação projetiva difere da projeção simples na medida em que a identificação projetiva pode se tornar uma profecia autorrealizável, pela qual uma pessoa, acreditando em algo falso sobre outra, influencia ou coage aquela outra pessoa a realizar essa projeção precisa. Identificação projetiva é um mecanismo de defesa que se manifesta por um processo inconsciente, no qual aspetos do próprio sujeito são negados e atribuídos a outro.
Para Melanie Klein, a identificação projetiva é definida como um mecanismo de defesa primitivo, que invade a mente do receptor e que não respeita ou considera a existência do outro em suas particularidades.
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