O trabalho das Constelações familiares foi estruturado por "Bert Hellinger" em três leis fundamentais. Graças a elas, é possível manter a harmonia nas relações, garantindo um bom convívio entre os membros. A quebra delas resulta em alguns conflitos que o indivíduo enfrenta em sua vida, sendo necessário revisitar a história familiar. São elas:
1. Ordem
A hierarquia é um ponto fundamental no campo familiar. Segundo ela, os mais velhos têm maior relevância que os mais novos, cabendo aos últimos respeito aos seus ancestrais. Contudo, em contrapartida, os primeiros devem ensinar e educar a nova geração. Ainda assim, nenhuma posição deve ser supervalorizada ou julgada, cabendo apenas ser vista como é.
Entretanto, quando um dos membros ocupa uma posição que não lhe pertence, acaba por danificar o sistema. Dessa forma, cada um deve respeitar a própria posição e dos familiares.
Dentro de um sistema, a hierarquia é comandada pela precedência no tempo. Um avô tem precedência sobre um neto, um pai tem precedência sobre o filho, o irmão mais velho tem precedência sobre o irmão mais novo.
Esse amor hierárquico visa a romper o chamado de “amor arrogante”, que tentaria romper esta ordem: o arrogante é tomado pelo sistema como uma interferência e desrespeito pelo destino do outro.
Os princípios subjacentes da consciência de grupo fazem-se conhecidos em nossos relacionamentos e gera efeitos favoráveis ao sistema. Quem conhece tais efeitos pode transcender os limites das consciências pela compreensão. Não é só questão de ter consciência, isto é, convencer-se. É simplesmente compreender, aceitar.
2. Pertencimento
“Onde as consciências cegam, a compreensão sabe; onde as consciências prendem, a compreensão libera; onde as consciências incitam, o compreensão inibe ; onde as consciências paralisam, a compreensão age; e onde as consciências separam, a compreensão ama”.
Bert Hellinger
Todos os membros da família pertencem a ela de forma igualitária. As relações que esta mantém, ainda que pareçam desunidas, não inibem esse pertencimento. Assim, quando uma pessoa é expulsa da família, de forma física sica ou inconsciente, gera desequilíbrios no sistema. Como forma de reparação, o sistema inclinará um membro que nascer nesta família mais para frente a impor o mesmo destino para si.
O sistema preocupa-se em proteger todos da mesma forma. Se por acaso esse direito é negado a algum membro, o sistema o reconduz ao grupo através da sua representação por outro familiar, geralmente as crianças, que são mais suscetiveis a esse amor cego.
Através dessa lembrança, ainda que deslocada, o sistema garante o pertencimento de todos. A criança experimenta esse vínculo como amor e felicidade ou medo da perda e da separação.
Um exemplo extremo: se a relação entre pai e mãe não está balanceada, a criança poderá ser um “substuto” de uma das partes, na visão do pai ou da mãe. Como a criança não está pronta (nem é seu papel), pode acabar sofrendo uma violência, uma superproteção ou outra forma de agressão. O direito de pertencer é de todos em um grupo. O sistema não conhece nenhuma exceção, nem em casos onde nosso julgamento aponta para penalizar com a exclusão aqueles que agem fora da regra intelectual. No caso de uma exclusão: o sistema pode achar uma forma de substituir o elemento substituído ou o elemento que abandonou o clã.
Exemplo: uma mulher perde sua irmã quando era mais jovem (há uma exclusão; isso pode levá-la a agir de maneira distorcida em relação a outras mulheres da família, seja pelo excesso de afeto ou pela agressividade em relação a outras mulheres).
3. Equilíbrio
Aqui valem as trocas equivalentes que devem ser mantidas em uma família. Nenhum membro pode dar algo em excesso enquanto o outro apenas recebe. Esse tipo de ação gera um desgaste no contato de ambas as partes, que tendem a se afastar devido a esse desequilíbrio. Assim, todas as ações e sentimentos devem ser levados em conjunto de maneira equilibrada, de forma que os dois possam dar e receber de modo respectivo.
Como na sica, os sistemas buscam o equilíbrio entre as trocas que ocorrem.
Num desequilíbrio, uma das partes pode se sentir pressionada a se afastar por não poder retribuir.
Pode-se desejar retribuir a pessoa que dá muito ou que sofreu muito, ao perceber o peso de sua “benevolência”. Pode ser um “ceder”, dando uma chance ao outro de se equalizar na relação.
Esse sistema encontra uma exceção na relação entre os pais e filhos, pois há uma visível relação hierárquica; quando os pais abandonam este papel de “guia” e exageram na compensação, podem acabar sendo superprotetores.
A Constelação parte do princípio que o sistema buscará uma forma para que todos continuem pertencendo. Quando um equilíbrio ameaça este sistema, as relações entre as pessoas buscarão compensações (nem sempre adequadas) para tentar restabelecer o equilíbrio.
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