As crianças apresentem uma interpretação de sexualidade, de mundo, de certo ou errado, muito diferente dos adultos. Não podemos pular etapas, é preciso respeitar os aprendizados delas. Reprimir a manifestação da sexualidade durante a infância não é a melhor forma de tratar o assunto com os filhos. "É importante orientar. Devemos oferecer informações às crianças na medida em que elas forem requisitadas e sempre em uma linguagem adequada ao entendimento de determinada faixa etária e de cada família"
A homossexualidade infantil é um tema polêmico e muitas vezes ignorado. Sem conhecimento, pais e educadores não podem aconselhar ou educar os pequenos sobre o assunto. Sem informação, as crianças não conseguem se aceitar ou definir sua personalidade.
Primeiramente é fundamental entender a origem da sexualidade.
De acordo com a psicopedagoga Quézia Bombonatto "A sexualidade infantil não é apenas o exercício do que no futuro será uma
sexualidade adulta genital, mas é, em certa medida, a forma de existir e de constituir-se como
sujeito"
Formação
Lá na década de 1920, Sigmund Freud, o pai da psicanálise, já dizia que a criança passa por diversas fases de descobrimento do seu corpo. A forma como isto acontece afeta o modo como ela lidará com o sexo na vida adulta.
Em sua formação, a criança aprende que existe feminino e masculino. A princípio não sabe ao certo a qual grupo pertence. É importante lembrar que crianças ainda não têm em mente os padrões que a sociedade impõe sobre os gêneros. Algumas meninas brincam com carrinhos e meninos passam o batom da mãe. Só estão experimentando, imitam os adultos e tentam se entender como homens ou mulheres. Segundo a psicopedagoga, "um menino que aprenda a brincar com boneca provavelmente vai saber lidar melhor com seu filho bebê no futuro. Ou uma menina que brinca com carrinhos pode se identificar com sua mãe que é motorista".
Observa os que estão
mais próximo, vê quais são os papéis desempenhados por eles, então, pode se perceber pertencendo a
um sexo. De acordo com a Eliana Santos, também psicopedagoga "Pela falta de um modelo
participativo forte e atuante de seu mesmo sexo, a criança pode sentir
dificuldade em observar o que desperta a atenção do homem ou da mulher",
deste como, a atração sexual é dirigida a pessoas do mesmo sexo ou do oposto.
Três visões sobre o mesmo tema
Dr. Luiz Gonzaga, terapeuta sexual, diz que, se o pai acha que o filho é homossexual, é preciso procurar ajuda de um educador especializado. O quanto antes acontecer a consulta, mais eficiente ela será. Deste modo, a criança pode se preservar e ficar com menos cicatrizes emocionais.
Já Quézia Bombonatto aconselha os pais a observarem o comportamento do pequeno, dar espaço para questões e respondê-las com simplicidade. E, quando necessário, abrir uma discussão sobre diferenças entre gêneros e combater conceitos preconceituosos.
Segundo Eliana Santos,
também psicopedagoga, cabe aos pais
"construir o respeito pela diferença, exaltar o amor, ressaltar a
afetividade. Promover a cumplicidade afetiva, partilhar os sentimentos e se
envolver emocionalmente com o ser humano na sua essência".
Apoio
Um ponto no qual todos os especialistas concordaram é que através de contato, carinho e apoio os pais mostram amor pelo filho do modo mais puro, em sua essência. Estas demonstrações são fundamentais para a criança criar autoconfiança e se desenvolver plenamente.
Um lugar onde é muito comum a segregação das pessoas
diferentes é a escola. Segundo Eliana, os educadores não
devem acentuar as diferenças entre meninos e meninas. "Esta diferenciação
cria expectativas na criança quanto ao seu papel sexual, impedindo que ela se
desenvolva de uma maneira respeitosa pelo outro". Mesmo assim, a criança
pode ser taxada de gay pelos coleguinhas, ganhar apelidos grosseiros e até ser agredida fisicamente. Os pais devem ficar
atentos. Ao perceberem que as crianças estão mais retraídas ou relutantes em ir
à escola, precisam tentar descobrir o que está acontecendo. Conversar com a
criança e com os professores. Se necessário, procurar ajuda de um especialista.
Para finalizar, Dr.
Gonzaga completa e aconselha os pais se informarem sobre a formação da criança,
"muitos acham inútil buscar informações para se conhecer aspectos fundamentais
do desenvolvimento da personalidade humana, preferem às vezes, criticar, seguir
crenças antiquadas e tentar formar opiniões pessoais que conhecer melhor a vida
pessoal de seu filho. É preciso chegar perto para enxergar alguns detalhes,
pois cada indivíduo
é único e possui suas
necessidades pessoais".
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