Cansados de lutar!!! Os pais falam.
"
Se soubesse que o mundo se desintegrasse amanhã, ainda assim plantaria minha
macieira" Martinho Lutero
Ser
pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, por que é se expor a
qualquer tipo de dor, da incerteza de ter agido corretamente e do medo de
perder algo tão amado. Perder? Como? Não é nosso! Foi empréstimo de Deus.
Direitos dos pais x filhos
Cansado de lutar, este foi um desabafo de um casal - pai
e mãe.
" Estou cansado de ouvir dos direitos dos meus
filhos. Eles têm direito, é claro e é inegável. Mas mesmo assim, estou cansado
por que não se fala com a mesma ênfase e frequência dos deveres deles (crianças e adolescentes) e até dos que moram conosco com idades acima de 25 anos.
Também estou cansado de ouvir pessoas - muitas delas sem
ter filhos, isto significa, que nunca andaram com as nossas sandálias - Estas
pessoas acusam, culpam, levanta suspeita sobre as ações dos pais! Como se,
diárias voluntariamente, estivessem os pais, não se desdobrando, como vejo,
para fazer o melhor possível - ainda que ninguém seja perfeito, e erre às vezes
na medida - mas, por algum desígnio inexplicável, cometendo erros atrás de
erros, felizes da vida....
E por que estamos cansados? Porque luto, a mais de 20
anos na educação de meus filhos, estamos buscando ajuda de educadores,
psicólogo, de pastores e estudo sobre o assunto, estamos nos esforçando,
lutando, dando o melhor de nós. Entenda - me há sim exceções! Casos tristes.
Mas seguramente não são maiorias. A maioria está ai na luta brigando contra
tudo e contra todos para dar o melhor aos filhos. Estamos cansados, a sensação é que só temos deveres.
Também estamos cansados, porque desde sempre defendi a
correspondência de que a cada direito corresponde a um dever. E, o que ouvimos
e vemos, muitas vezes dentro de casa, é tão somente colocações de deveres dos
pais e....direitos dos filhos.
Estamos cansados, porque existem pessoas que vivem responsabilizando
os pais, como se todos fossem potencialmente irresponsáveis ou perigosos, nunca
os vi procurando nada além do que os pais fizeram de errado ou do que os
deixaram de fazer para, em vez disso, e com mais cautela e generosidade ,
verificar se não haveria talvez outras explicações para os problemas que surge amiúde na relação familiar atualmente."
Analisando este relato, e a experiência que tenho nesta
área e os diversos relatos de pais em consultório, passou na minha mente uma
questão que poderia considerar e que seria plausível. E me fiz as seguintes
perguntas: a primeira pergunta foi, quem sabe os problemas da relação pais e
filhos não terem origem, pelo menos em parte, estarem hoje as crianças, os
adolescentes e os jovens pensando apenas
nos seus direitos e esquecendo ou mesmo
achando que não tem deveres e responsabilidades, na mesma proporção que
direitos. Outro ponto que pensei foi a possibilidade dos pais estarem, por seus
turnos, atemorizados pela culpabilidade interminável que eles se faz, encolhidos por isso
mesmo no seu canto, arqueado ao peso de tanta responsabilização; não estariam
esses pais imobilizados e fragilizados, enfim?
Sim, é verdade, estes pais estão acuados pela tirania da
culpa imposta na sociedade que estão vivendo. E digo a estes pais! Pais vocês
tem o direito de decidir se quer ter direitos e deveres ou apenas deveres. E, a
partir daí, viver uma linda experiência de relacionamento e amor, ao educar e
criar seus filhos para a cidadania e a produtividade ou tornar cada dia de suas
vidas um verdadeiro e infindável tormento. Sim, porque o pai que dá ao filho
todos os direitos, e não exige em correspondência deveres e responsabilidades,
terá filhos assim pelo resto da vida. Afinal, eles vão adorar fazer tudo o que querem é ter a quem
responsabilizar em seu lugar.
Pais, vocês tem o direito de dizer não, sem ter que dar
mil explicações, basta duas ou três, quando o filho sentir que algo não está
dentro de suas possibilidades. Ter muito dinheiro e
gastar como o filho quer não é obrigação dos pais; os
filhos têm que entender que o dever do país é amar, proteger, dar educação,
cuidar da saúde física e mental, ser justo, verdadeiro, coerente e disponível. Os
pais podem dizer não, sem medo de errar, frustrar ou traumatizar, quando o
filho estiver fazendo algo que prejudica a outros, fere as leis, a ética, a
saúde, ou causa mal a qualquer ser vivo;
Os pais tem o direito de exigir que os filhos estudem
direito, cumpram as tarefas que a escola passou e, só depois de tudo muito bem
- feitinha é que pode brincar, ver Tv, etc; porque pai e mãe sabe
que estudar é fundamental. Os pais tem direito de conversar com os filhos sobre
quaisquer assunto que considere fundamental para a educação e a orientação dos
filhos - tais como uso de droga, sexualidade, estudos, bebida, fumar e etc.
Mesmo que o filho diga que não quer, ou que já sabe de tudo, os pais pode conversar
e os filhos deve ouvir;
Os pais podem avisar ao filho que não espere viagens ao
exterior, nem caros, se passar de ano ou para a faculdade. Pais que têm
direitos, sabe que não é obrigado a proporcionar luxos e que, pelo contrário,
pode ser bem danoso para seu filho não ter que lutar por nada, ou ser premiado
por algo que só traz benefícios a ele próprio ( passar de ano, por exemplo);
Os pais tem o direito de cortar a mesada, a internet, a
TV, ou o que julgar mais apropriado, se os filhos não estiverem cumprindo seus
deveres e mais, tem o direito de estar
presente na festa de aniversário que ele próprio organizou para o filho ou
filha adolescente, porque sabe que mico é ter medo de filho. Pais tem o direito de está na festa
do filho, sabe porque? Por que ele vai verificar como as coisas estão
ocorrendo, porque ele quer que tudo corra bem, de que não haja problema, nem
brigas, nem drogas, bebedeira, etc.
Os pais tem o direito de entrar no quarto do filho, claro
tem que bater, porque é certo e ensina aos filhos. Quarto de filho não é cofre,
nem local de acesso proibido. Ele tem o direito de entra porque ele é o
responsável pela casa e por tudo que acontece com o filho até 18 anos ou quando
dependa dele. Pais legais entra para ver o filho e o que o filho faz, pois quem
não deve não teme e o filho não tem nada a esconder e nem o direito de proibir
algo a seus pais, que os amam, sustenta e orienta. Isso não é invasão de
privacidade como os adolescentes hoje dizem;
Pais tem o direito orientar, de opinar sim, não escolher,
o namorado do filho ou da filha adolescente e jovens. Muitas vezes os filhos
estão apaixonados e não consegue
enxergar a melhor escolha.
Em fim pais, vocês tem direitos, basta exerce - los!!!
Outro relato interessante a ser observado - A declaração
é de um casal ( pai e mãe ) em análise.
" Estamos frequentemente sendo confrontados pelos
meus filhos, um de 15 ( menino) e outro
com 17 ( menina) com frases assim: ' Só eu que não posso ir à boate para maiores de 18 anos. Todos os meu amigos usam
documento falsos, que é que tem demais? Só vocês não deixa !!!' Ou ' só eu não
posso faltar ao colégio quando tem dia imprensado, todo mundo enforca e vão com
a turma para praia acampar' ou ' só eu tenho hora para chegar em casa', ou '
todo mundo saem depois das 23:00hs, só eu que tenho que chegar meia noite' como
eu fosse Cinderela!! E ainda concluem com uma frase que me deixa extremamente
triste e insegura: eu queria era mesmo ser filho do fulano, ele sim que é
legal, eles deixam até beber! Lá pode tudo aqui é uma droga, não pode
nada!" O que devo fazer?
Pais tem o direito de conversar, explicar e responder aos
seus filhos. Não sou o pai ou mãe de
seus amiguinhos. Os pais tem o direto de explicar o certo e o errado das
indagações e dizer não com ênfase de sim !!! Os filhos tem que entender a
realidade financeira de seus pais, seus valores, religião, etc.
Pais que diz sim, a tudo que os filhos questionam e que
acham que é bom para eles. Quando estiverem adultos e casados, acham que tem o
direito de dizer: "o pai do meu amigo deu uma apartamento a ele para eles
morarem e o pai da minha amiga deu um carro, esses são pais e que são
legal!" E ainda concluem: não é cobrando não! viu. Frente a todos estes
questionamento pais estão inseguros e amedrontados, e filhos cada vez mais exigentes.
Junto a tudo isso a influência extremamente forte dos meios de comunicação de
massa, incentivando o consumismo e a adoção de valores materiais e
imediatistas, poderemos, sem dificuldades alguma, compreender a situação em que
se encontra esse ou aquele pai ou mãe.
Inseguros, eles( pais ) mesmos questionam-se! Será que
meu filho não está certo? Será que os meus valores não estão obsoletos? Será
que meu filho não será o bobão da turma? Será que estou dando a minha filha
instrumento corretos para viver na sociedade atual? Ai onde está o grande
problema! Perseguido por essa nova onda de insegurança, os pais começam a
deixar as coisas correrem, mais frouxas. Isto é, se seu filho exige um carro
porque fez 16 anos, sente-se na obrigação de ceder, já que o argumento é meus
colegas dirige com 16 anos. Tem pais que se endivida para atender o que hoje,
muitos dizem ser direito dos filhos. É direito
dos pais - não dos filhos - decidirem se querem ou não conceder determinados
luxos aos filhos. É necessário que os pais analisem se é benéfico ou não dar
aos filhos tudo o que querem e pedem.
Relação pais x filhos - tem solução!
Crescer sem preparo para lidar com os limites e
obstáculo que a vida impõe é tão perigoso quanto crescer oprimido pelo pai-patrão!
Um dos primeiros aspectos que me despertou para o
problema em questão foi perceber que muitos pais hoje em dia têm sérias
dificuldades em estabelecer limites para os filhos, e em dar fim às discussões
nas pequenas questões simples do dia-a-dia. Nisso são completamente diferentes
dos pais da geração anterior. Independentemente do nível de conhecimento e
cultura, muitos pais com os quais tenho conversado no meu consultório tem-se
mostrado incrivelmente incapazes de exercer sua autoridade junto aos filhos.
Alguns, mais do que outros, parecem temer exercer essa autoridade. Em
determinados momentos, estas forma de agir, longe de melhorar as coisas,
torna-se as relações complicadas e desgastantes.
De maneira geral, parece-me que as mães apresentam esse tipo
de dificuldades em maior grau que os pais( figura paterna ), da mesma forma que
as mães que trabalham fora, por sua vez, tendem a apresentar essa síndrome mais
acentuada.
Sem saber como agir diante da nova relação de força, os
pais abandonam a postura excessivamente rígida anterior, o que foi sem dúvida
um avança para melhorar a relação. O problema é: como encontrar a medida certa
entre o sim e o não? Dizer um não com evidência de sim! Como é comum os pais
procurarem livros de auto-ajuda e as dificuldades de interpretar corretamente
os aspectos técnico do livro e não exibir regras, os pais ficam paralisados
diante das situações vividas.
Dialogar com os
filhos, dar liberdade, estimular criatividade etc. torna-se corrente e tem grande receptividade
das escolas com tendências liberal renovada progressista, das comunidade em
geral e os entre os pais. Da mesma forma
porém que na escola tais ideias foram interpretada de forma literal ( radical)
o mesmo ocorreu com os pais, que passaram a crer, talvez sem muita consciência
disso, que qualquer limitação devia ser evitada a qualquer custo, sob pena de
não serem país modernos, ou de estarem podando ou castrando a potencialidade
dos filhos.
Os pais parece ter desaprendido, por exemplo, como dizer
um simples não de forma convincente, quando precisam negar alguma coisa aos
filhos. Na maior parte das vezes, esse não soa com ênfase de sim.
As coisas não foram fáceis para os nossos pais, não. As
crianças não mudaram. São e serão insistentes quando querem alguma coisa, não
se iludam na fase da adolescência aumenta as insistências. Foram os pais que
mudaram: antes eles tinham certeza do que pretendiam em relação aos filhos e,
por isso mesmo, não davam possibilidades de tanta discussão acerca de coisas
simples como: hora de dormir, hora de comer, de chegar em casa, de estudar e
brincar etc. Todas estas questões, que coisas definidas e definitivas para os
pais da geração anterior, não são mais hoje. Se esta atitude eram benéficas ou
não, é questionável! Vamos ver. O que observo
é que isso tudo não ocorreu como escolha, como decisão pessoal; se assim
fosse, poderíamos até achar que houve realmente uma mudança significativa de
postura. Na verdade, o que está acontecendo? Na medida em que os pais acham que
não pode pôr limites nos seus filhos, em nada, que a criança e o adolescente
precisa de diálogo, de muitas explicações, até porque esses pais são produtos
de uma geração que lutou por esse tipo de valores, eles procuram dar aos seus
filhos muito mais liberdade do que tiveram.
Entretanto, estes pais, estão insatisfeitos na pratica.
Por quê? Porque, observados na sua relação com as crianças e os adolescentes ,
percebe-se que agem movido não por uma convicção interior, e mas pelo que
julgam ser moderno. Deixam as crianças e adolescentes fazerem tudo, não limitam
nada. É claro, que depois de algum tempo, quando o limite de sua paciência se
esgota , tentam dizer NÃO. Voltar a traz o desgasta, pensam os pais, será pior
e aí que a bola de neve aumenta. Muitas vezes, tem vontade de limitá-los desde o início, mas só o fazem quando estão
exauridos , quando não aguenta mais. É assim que é estimulado a uma criação de
um círculo vicioso em que os filhos, percebendo sua força, passam a repetir o
mesmo comportamento em outras ocasiões. Ocorre que estas outras ocasiões podem,
por exemplo, envolver perigo ou urgências e, então, os filhos habituados a ter
sempre muitos sins, cria verdadeiras batalhas ao ouvir um não. Assim criamos
uma geração de crianças e adolescente, e futuros adultos que não pode ser
contrariados. E depois se tornam, donos das verdades, violentos e
desrespeitosos com autoridades.
Pensando no enfoque do filho, poderíamos perguntar, como
é que pode pretender que ele entenda essas mudanças? Por que antes podia e
agora não pode? Fica difícil compreender e, portanto, aceitar.
Chega ser
impressionante a dificuldades de alguns pais em definir uma série de
coisas simples como hora de dormir, de comer, tipo de programa, hora de ficar
na internet, hora de chegar em casa a noite, tempo para namoro, etc. Fica claro
que eles gostariam de estabelecer esse tipo de regra, mas alguma coisa no seu
íntimo os impede. Na verdade, o grande problema consiste no fato de os pais não saberem mais se é ou
não correto deixar ou não deixar, fixar ou não fixar padrões e regras de
comportamento. Frequentemente, quando chegam a fazê-lo, o fazem em momento de
descontrole, o que é contraproducente. Mesmo assim, no momento seguinte voltam
a ceder às pressões dos filhos porque não estão imbuídos da certeza necessária
à efetivação pratica de qualquer ato. O que preocupa é perceber claramente que
esta pratica não os satisfazem. Parece que eles se obrigam a um tipo e
comportamento, mas, dá a ambiguidade do seu posicionamento, não conseguem
mantê-lo por muito tempo. Na verdade, a impressão que nos dar é que eles ( pais
) se obrigam a um comportamento no qual não acreditam verdadeiramente, mas que
se impõe, porque lhes parece ser a forma
atualmente correta de educar. Ah,
como certos pais gostariam de ter a corajem, sem culpa, de dizer coisas como:
Vá dormir agora; eu sou uma pessoa que também tem direitos; vou escolher ver a
TV no canal que nos seja do meu interesse; hoje vocês não vão sair, porque que
vai sair sou eu com meus amigos; hoje não quero ser interrompida quando estiver
conversando com amigos; hoje vou ao cinema com sua mãe e vocês não iram chorar
e se espernear porque também que ir; hoje vou receber visita e vocês deverão
ficar no quarto ou no salão de festa do prédio e não quero ser interrompida com
brigas com amigos ou seu irmão. Se você achou absurdos estes exemplos,
parabéns! Você não faz partes dos pais inseguros e perdidos com criação de
filhos. Na verdade muitos pais estão perdendo espaço na relação com filhos e
são verdadeiros escravos.
A confusão de sentimentos é tão grande que
praticamente estão se anulando com
indivíduo. As informações recebidas através dos meios de comunicação e
veiculadas de forma sublimar nos círculos sociais contribuem para paralisar os
pais, para diminuir sua independência e capacidade de julgamento. Todas as
coisas podem parecer altamente prejudiciais à liberdade, à democracia em que
pretendem criar seus filhos. O medo o impede de agir e eles próprios não ter
consciências de até onde age porque assim o desejam ou por temerem cecear o
potencial dos filhos.
A culpa que lhes advém por uma admoestação mais severa é
tão grande que, Frequentemente, procuram evitar outras situações semelhantes,
partindo para atitudes totalmente contrárias às que gostariam de ter. Tem
sempre, no íntimo, que estejam errando, frustrando os filhos. A passar esse
tipo de ansiedade, de situação de culpa, muitos pais preferem ceder aos desejos
e exigências dos filhos, mesmo quando discordam da situação. Pareceu-lhes menos
aflitivo ceder aos caprichos dos filhos do que amargar depois o sentimento de
culpa.
O que é preciso considerar e que ninguém consegue viver
todo tempo se enganando, fingindo estar agindo corretamente quando não está.
Mesmo porque, mas dificuldades e pressões
do mundo, que são a realidade de todos nós, exigem certo tipo de
organização. Ceder a todas as necessidades ditas infantis é completamente
impossível e descabido. Por exemplo, o tempo dos filhos jovens é diferente do tempo dos adultos. Em geral,
os adolescentes e crianças, não tem pressa, faz as coisas por prazer de
momento, são imediatistas e imprevisíveis, sãos os donos da verdade.
É frequente presenciar cenas mais ou menos semelhantes a
que se seque: estávamos em shopping; em determinado momento uma mãe e uma
criança, mais ou menos uns 12 anos, que saia
de uma loja e de repente o menino disse a sua mãe , olha o tênis que eu quero é
aquele, que é igual ao do meu amigo, meu amigo tem porque eu não posso ter, a
mãe explicou de voz baixa o seguinte: o que podemos compra não é o que você
quer mas o que o que o dinheiro que temos pode pagar! Nada mais natural: é
muito gostoso presentear a um filhos com aquilo que eles desejam e o fazer feliz. Ver nosso filho
sorrir e compartilhar com ele e o que toda mãe ou todo pai deseja.
Acontece, porém que neste dia a mãe explicou ao filho
dizendo: "não temos o dinheiro para comprar estamos passando por redução
de gastos e não podemos fazer gastos extras", estas foram a explicação,
resumida e em vos baixa, dada a criança. Acredite dava para ouvir, já que a
situação não permitia a mãe perceber que estava em lugar público. Só que o
filho não aceitava os argumentos e ameaças, choros, zangas, gritos foram
atitudes que se alternaram. Como sempre fizeram e farão as crianças e
adolescentes. É muito comum, dada a própria imaturidade, que não se conformem
de pronto frente a uma negativa. Mas neste caso, e aqui sim, diferentemente de
outras épocas, o que tenho visto é o seguinte: ou os pais obedecem prontamente
( há filhos que sabem realmente educar os pais) ou, após algumas desculpas
infrutífera os pais acabam cedendo, para não serem envergonhados terminam
cedendo para não passar por situações constrangedora. Quando isso ocorre, em
geram, os pais costuma buscar desculpas , pois percebem claramente que perderam
a batalha. Ao cederem, às vezes sentem-se até aliviados, até felizes, pois é
grande e clara a satisfação que o filho demonstra. Enganam-se os pais que
pensam que a alegria do filho é eferente ao fato de o pai ou mãe ter,
finalmente ter comprado o presente. Na verdade, o prazer infantil advém,
naquele momento, da vitória que obteve, do fato de sentir-se mais forte que o
pai ou mesmo a mãe. Infelizmente trata-se de um alívio fugaz: a experiência
mostra que esta satisfação é apenas aparecimento. A ela seguir-se-ão outras e
novas exigências, para que o controle alcançado possa continuar a ser exercido.
Na realidade, agindo assim, estão apenas estimulando seus filhos a voltarem a
insistir sempre, porque a insegurança que eles (pais) deixam a criança ou o
adolescente perceber faz com que se redobre a necessidade de buscar segurança
pais seguros, que não referende a premissa de que eles podem ser dominados. Em
suma, quanto mais nos mostramos inseguros, quanto mais os pais dão motivos para
que os filhos nos vejam como pessoas que realmente não acreditam no que fazem,
mais eles terão necessidade de agir de forma a investigar e derrubar este tipo
de suspeita, porque somos nós(pais) que lhes damos segurança e, portanto, se eles nos veem como pessoas
inseguras, eles também se tornam inseguros. As crianças e os adolescentes querem
e precisam sentir segurança nos pais, porque disso depende a sua própria.
Atender à um filho e natural e bom. O
que não pode é a total submissão / dominação de um pai ou de uma mãe por um
filho. Os adultos, quando assim agem, o fazem impulsionados pela ideia é que
não se deve ser exigente , rígido ou taxativo com crianças. Pais! Uma coisa é
atender a um filho porque ele precisa de amor, alimento, calor, segurança. Mas
o próprio item "segurança" ficará desatendido se os pais passarem a
fazer todas as vontades filhos sempre, mesmo que não haja qualquer
justificativa real para isso, a não ser a própria insegurança.
Espera-se dos pais que eles, adultos, tenham suficiente
equilíbrio e bom senso para perceberem a hora em que uma negativa tem um efeito
pedagógico muito mais eficaz do que todas as vontades que se lhes façam. Se a
criança está testando os seus limites, comportamentos que acontece este os
primeiros anos de vida e se estende até a juventude, podendo ocorrer nos
adultecentes, é bom que os pais estejam intelectualmente e emocionalmente
preparados para mostrar claramente quais são esses limites. Sentir limites é
para as os filhos uma questão de segurança - é uma necessidade básica. Não
estabelecer limites é uma opção que um pai e uma mãe pode fazer. Mas é
importante que, se o fizer, o faça sabendo que, ao contrário do que possa
parecer, é também através dos limites que a criança e o adolescente percebe que alguém se preocupa com eles e a
protege, apesar de reagirem! O limite faz com que os filhos percebam que tem
alguém preocupados com eles e os protegem. O limite faz com que eles percebam
também que esse alguém é um alguém forte, que sabe e tem segurança do que faz.
Os limites mostram direitos e deveres de ambas partes e é com estes valores que
se pode construir uma relação equilibrada, saudável e democrática, apesar de
existir filhos que ainda confundem
limites a autoritarismo.
Pensem bem, se os pais se mostram inteiros, com direitos
e deveres, poderiam mostrar que eles também têm direitos e deveres. Somente com
direitos e deveres ambas as partes poderá construir uma relação equilibrada,
saudável e democrática. Os pais podem e devem revelar suas vontades,
desejos e insatisfação de modo claro e
direto, exatamente como sempre fazem as crianças. Sem medo que estas revelações
possa prejudicar a formação dos filhos.
Ao contrário, a relação só irá estreitar laços entre pais e filhos, porque,
sendo autênticos, os pais farão menos sacrifícios inúteis nunca percebidos.
Pais que fazem sacrifícios, esperam ser notados por quem recebe e
inconscientemente vão contabilizando essas doações, esperando algum tipo de
retorno que, muitas vezes não vem, assim sendo devemos fazer doações que
queiramos fazer. Com isso, os filhos nos conhecerão não apenas com "meu
pai" e " minha mãe".
Aqui não estou defendendo qualquer postura autocrática
dos pais , uma volta ao passado, uma relação em que os filhos não Tina espaço
para dialogar. Absolutamente. O que defendo são situações em que os pais fazem
coisas ou tomam decisões apenas porque lhes faltam perspectiva , porque estão inseguros, sem respostas, sem caminho,
ou porque, embora conta a sua vontade, acreditam que ele agir assim.
Em suma,
Os pais que se submetem ao absolutismo das demandas dos
filhos em detrimento de suas necessidades como pessoas vão se sentir inevitavelmente lesados e acabarão cobrando por isso, para
depois caírem na pior armadilha dos sentimentos: a culpa. Culpa esta que , numa
relação simbiótica – esta sim neurótica -, se transfere aos filhos, esses
eternos devedores da abnegação e sacrifícios paternos.
Os pais deve entender que autoridade é legitimo. Que
educar é assumir a responsabilidade de estabelecer limites, que o importante é
não fraudar suas verdades( auto sabotar) e sentimentos, que ser democrático ,
na sociedade e na família, é garantir equidade, compartilhar oportunidades de
desenvolvimento para os filhos, mas também para os pais.