sábado, 15 de novembro de 2014

AUTO - BOICOTAGEM: MECANISMO DE DEFESA OU SINTOMA

       Há tempos na vida que reconhecemos que estamos aptos a dar um salto na vida, para efetivar uma mudança profundas. Nós nos lançamos em novos projetos, seja de relacionamento, seja de trabalho ou uma nova relação afetiva. Para realizá-lo propomos mudar de cidade, trocar de emprego, mudar até de nome. Mas, aos poucos, nós nos pegamos praticando os mesmos erros, que cometemos no passado recente, ou mesmo distante. É como se tivéssemos dado um grande salto para cair no mesmo buraco. Caímos em armadilhas criadas por nós mesmos. Nós nos auto-boicotamos. Isso ocorre porque, apesar de queremos mudar, nosso inconsciente ainda não nos permite!  Nosso inconsciente é que nos comanda. Esta frase "auto-boicotagem ou auto-sabotagem" é um sintoma?  Ou é um mecanismo de defesa? O mecanismo de defesa tem função protetora, e é desenvolvido no ego para proteger a pessoa contra impulsos ou afetos que possam ocasionar conflitos, os quais são fontes de muita angústia. Um tratamento com um analista é o melhor caminho para minimizar o problema.

        Um dia deste um homem em análise diz que abandonou a família, mas fêz exatamente o que ele prometeu não fazer, pois seu pai havia feito a mesma coisa e ele sabia o quanto era dolorido para todos. Um dia deste uma mulher no meu consultório diz que troca de namorado porque foi traída muitas vezes, mas cada vez arruma outro igualzinho ao anterior e com os mesmos defeitos. Um dia deste um homem me revelou que tem um chefe difícil de agradar, mas não é que esse chefe é igualzinho ao seu pai! Um dia deste um homem me revela que passou  meses sem falar com seus pais, passou meses sem falar com a irmã, meses sem falar com seu genro faz isso e ainda nao sabe o porque. Certo dia, uma mulher me disse que está cansada de ficar calada numa conversa entre amigos, pois tem receio de ser rejeitada e perder os amigos. Estes comportamentos são coincidênciaou auto-sabotagem?
       Os comportamento acima são comportamentos repetitivos e podem indicar auto - sabotagem.  E o que a Auto-sabotagem? São comportamentos repetitivos com tendência a repetir atitudes destrutivas. Mas nossa vida não é feita de comportamentos repetitivos? Sim!, por exemplo, nós  escovamos os dentes todos os dias, mas se alguém lhe perguntar quantas vezes escovou hoje talvez você tenha que pensar se escovou mesmo. Lembra-se de ter fechado a porta hoje? Não? Porque não lembra? Porque esse é um comportamento repetitivo. É automático. Estes comportamentos são inofensivos, mas temos observar e está atentos com os comportamentos repetitivos que nos destroem pois não os percebemos da mesma forma que não percebemos se fechamos a porta. Observe o caso da mulher que só arruma namorado que a trai. Será que 100% dos homens traem, ou 100% dos homens que ela coloca na vida dela a traem. Porque ela faz isso? Ela quer ter homens traindo-a? Claro que não, pois o sofrimento é insuportável. Então porque ela faz isso? Será que são padrões doentis herdados? Observe a mulher que tem medo de dar sua opinião, com receio de ser rejeitada e perder a amizade das pessoas, por que ela faz isso?  - Há  indícios de Auto sabotagem.
       Como nós nos auto sabotamos? Quando nós nos automatizamos e os nossos procedimento nos prejudica. Um procedimento automatizado que muitas pessoas fazem e trocar a marcha do carro, quando fazemos não pensamos! “Agora está na hora de pisar na embreagem e trocar de segunda para terceira”? Nos percebemos a troca de marcha? Não, nós simplesmente trocamos, porque? Porque aprendemos a automatizar comportamentos. O problema é quando automatizamos coisas que nos fazem mal. O problema é quando explodimos e depois vemos que estamos acabando com nossos relacionamentos por explodir tanto. Mas eu não consigo parar de explodir. Porque faço isso?” Porque  você se auto-boicota. Você se auto-sabota e destrói a própria  vida e não percebe a sua responsabilidade nisso tudo. Algumas repetições destroem a vida da pessoa e deixam esta pessoa muito frustrada. Ex: Você já comeu meio quilo de castanhas do Pará vendo TV  no saco, nem está mais gostando de comer tanta castanha, mas continua até se empanturrar e se arrepender de ter comido mais meio quilo. Isso é auto-sabotagem. Veja o caso  do homem que trai sua esposa com pessoas que nem são tão importantes assim para ele. Mas ele continua nesses relacionamentos mesmo sabendo do risco de acabar seu casamento, e acabar por nada, por alguém que significa muito pouco. Porque ele continua nesse ciclo vicioso? Porque ele faz coisas que destroem a própria vida? Porque a mulher que tinha um namorado agressivo, troca de namorado e arruma outro também  é agressivo? Mas que coincidência seu pai era agressivo? Porque o homem passava vários meses sem falar com a esposa? Será coincidência? Não, não é consciência! Nós repetimos padrões doentios observado na infância mesmo que esses padrões estejam prejudicando nossa vida.
       Como mudar estes comportamentos? Conscientizar-se sobre o ciclo da repetição é o primeiro passo para você superá-lo e em seguida resignificando. Perceber que você está trocando de mulher, mas toda vez está com o mesmo tipo de mulher que não te agrada. Perceber que troca de namorado , mas está sempre com a mesmo tipo de pessoa sem atitude (que por coincidência é seu pai escrito). É o comerciante que está sempre arriscando um novo negócio, que nunca dá certo, mas quando vai ver lá está ele de novo fazendo a mesma coisa. Sabe aquele amigo que vive te pedindo dinheiro emprestado e nunca devolve, você continua emprestando? Porque  você faz isso? Por pura auto - sabotagem. Sabe aqueles finais de semana inteiros que você passa no sofá? No domingo à noite está morto de arrependimento por não ter feito nada que preste. Promete que no próximo fim de semana vai ser diferente, mas no próximo faz tudo igual. Porque? Auto sabotagem! São vidas infernizadas pela compulsão da repetição. Uma necessidade inconsciente de repetir um comportamento mesmo que destrua a felicidade ou a vida de alguém. A pessoa que não consegue administrar seu tempo, que sabe que sabe fazer as coisas mas, simplesmente não consegue colocar a vida em ordem. Olhe bem e você vai ver  que essa pessoa teve um cuidador (um pai, uma mãe ou avó)  que cobrava e cobrava, que  queria que ela fosse a mais competente do mundo. Ou seja, essa pessoa continua brigando com o um dos cuidadores, que talvez esteja até morto hoje. Como esse cuidador(pai) vai influenciar lá do túmulo? Acredite, ele influência sim. Quem influencia não é o pai, mas a figura internalizada do pai. Você pode estar se perguntando: Mas é possível que uma hora a pessoa consiga se dar conta disso e reconhecer esse ciclo de repetições? É possível romper esse ciclo? A resposta é possível SIM, mas não é fácil. Pois se a pessoa passou uma vida construindo uma percepção equivocada terá medo de mudar, de contestar o que sempre foi uma "lei". Tenho como exemplo uma paciente que ficou totalmente desestruturada depois que mudou de apartamento, mesmo que este apartamento fosse melhor que do que ela morava e agora sendo seu, a mudança fez ela se fixar em afetos  conflituosos de perdas sucessivas pelos pais da casa em que morava quando criança, na terapia ela descobriu que  a mudança foi o catalizador  do terror da perda e sentimento de abandona. Outra situação, foi de um paciente quando crianças que assistiu na TV toda a reportagem da afundamento de um navio transatlântico. Ele não costuma viajar de navio, não conhecia ninguém daquele navio, e nem as pessoas de seu convívio costumam viajar de navio, nem mesmo de barco. Mas porque então ele ficou tão chocado, abalado, sem sequer conseguir sair de casa depois daquela noticia? O entendimento disso veio quando na terapia ele percebeu que esse mesmo sentimento de terror lhe aparecia quando tinha sido abusado sexualmente na infância. Era o mesmo desespero, o mesmo desamparo. Não era à toa que o afundamento do navio tinha mexido tanto com ela. É o mesmo ciclo de repetição que agora funciona como auto - sabotagem. As pessoas enterram as situações traumáticas de suas vidas, mas não significa que elas estejam mortas. Elas continuam como se fosse uma marca indelével. Essa moça é esse rapaz  já foi uma criança indefesa se sentindo frágil, mas agora mesmo adultos continuam emocionalmente frágil, carregando dentro de si essa criança  assustada. Eles não sabiam por que, não sabia explicar. As crianças não conseguem controlar suas vidas, e eles se sentia ainda hoje como se não pudesse controlar sua vida. É por isso que é muito difícil identificar esse conteúdo interno, porque a pessoa passa anos tentando ocultar isso tudo, não só dos outros, mas ocultando de si mesma. Mas se este conteúdo está escondido saiba que é por uma boa razão, a auto defesa ( mecanismo de defesa) . Por isso é preciso muita responsabilidade da pessoa que vai desenterrar tudo isso - o psicólogo/psicanalista  a quem você confiou sua "cabeça". Veja bem pra quem você está entregando a sua história de vida, com que você vai fazer terapia e que tipo de psicoterapia vai fazer, cuidado com auto ajuda. Identificar quais são os entraves de sua mente é só uma parte do processo. A parte mais importante e que vai realizar mudanças em seu comportamento é quando você desenvolve uma nova forma de ver o mundo. E o psicólogo/psicanalista é a pessoa que vai  lhe ajudar neste processo. Para lhe ensinar estratégias que promoverão as mudanças que você quer em sua vida. Antigamente o psicólogo/psicanalista era daquele tipo que aparece nos filmes mal feitos e novelas da TV. Ficavam calados só te ouvindo sem dividir com o paciente o que lhe passa na cabeça. Hoje a psicanálise mudou a forma de terapia. O psicólogo/psicanalista é muito mais participativo. Ele vive junto com o paciente as transformações de cada um. O que a pessoa que está se auto - sabotando precisa e procura é um novo modo de lidar consigo mesmo e com o mundo. Por exemplo, o caso da garota que se reprime e não consegue frequentar academia, por mais que ela queira fazer sua ginástica, emagrecer, ficar com o corpo bonito, ela pensa que se for para a tal academia as pessoas vão olhar para as suas roupas, vão cochichar entre elas e dizer que ela está ridícula, vão rir dela, e no fim ela não vai conseguir fazer nenhum amigo porque todos já estarão enturmado, e ela se sente um peixe fora d’água.
        E você? Você está repetindo um ciclo vicioso? Isso é auto - sabotagem. Você quer e precisa fazer academia, mas não faz? Porque sua cabeça está ocupada demais preocupada com o que vão pensar de você. Essa preocupação se torna mais importante do que você cuidar do seu corpo. É justo? Não. Absolutamente não.
        Porque essas pessoas se sabotam tanto? Talvez elas tenham vivido uma infância inteira se sentindo inadequadas. Talvez tenha havido pessoas  fazendo-as se sentirem sem direitos, sem direito de se expressar ou de simplesmente fazer parte da vida dos seus pais ou cuidadores. E assim ninguém nunca as viu como pessoas interessantes. E é assim que elas se sentem. Por conta desse, e outros sentimentos que recebo muitos pacientes  me contando, por exemplo, do marido agressivo, controlador, manipulador e narcísico. Ela passa uma vida toda, semana após semana sendo agredida psicologicamente por ele. Mulheres que tem toda condição financeira de manter-se sozinhas, mas não tem condição emocional para ficarem sozinhas, então vivem com o inimigo num processo de total auto - sabotagem . Porque ela repete isso? Com certeza teve em sua vida alguém significativo que a ensinou a agüentar agressões, a suportar quieta essa pessoa a fez acreditar que ela não é ninguém, que ela só vai conseguir uma migalha de amor, e pra conseguir essa migalha de amor, ela precisa suportar o que quer que seja. Então ela passa a vida suportando agressões, e até procura , inconscientemente claro, pessoas que a agridam, para manter o esquema. Tudo isso só porque ela acreditou que essa é a única forma de receber um mínimo de amor.
        Como funciona a terapia para estes casos? O primeiro passo é perceber que a auto sabotagem não precisa continuar. Você  pode mudar esses esquemas e acabar com auto-sabotagem. A Psicanálise vai fazer você resignificar e  ensinar estratégias para que você resignifique cada interpretação errada. A psicanálise lhe ajuda a rever suas vivências de refazer aprendizados. Porque as pessoas se auto-sabotam desse jeito? As pessoas fazem isso porque existe uma compulsão a repetição. Internamente acreditam que essa repetição é a única forma de viver razoavelmente bem. Mas não é . É por isso que ela precisa de um olhar de um profissional treinado. Alguém que veja sua estória com clareza. As pessoas resistem em fazer terapia porque acreditam que nãhance dela sair dessa. Crêem não haver esperança pra esse sofrimento. Mas há sim. Deixar de se tratar e continuar nesse sofrimento é aceitar o que dói com medo para encarar a mudança. A dor da mudança dói mesmos do que manter o sofrimento. Pense bem, se você tem a oportunidade de fazer mudanças em sua vida para que arrumar desculpas como: não tenho tempo... não tenho dinheiro...? Daqui a pouco está comprando o ultimo modelo de celular, está comprando mais roupas do que  cabe no guarda roupa, está  gastando com restaurantes, mas pra se cuidar não tem dinheiro? Para mudar seus padrões de pensamento e comportamento que estão destruindo sua vida você não disponibiliza nenhum recurso. Para entender como a repetição de comportamentos, ou seja, a auto-sabotagem começa vamos lembrar daquela menina que usava os sapatos da mãe - quando cresce é claro e que vai ter o mesmo estilo de se vestir da mãe. O garoto que passou todas as férias da sua infância indo para a uma certa praia. Quando cresce vai levar sua nova família para a mesma praia (para o desespero desta família). Essa pessoa não tem espaço para  mudanças, e nem para imaginação.
       Porque as pessoas repetem e repetem as mesmas coisas? Porque elas aprenderam que essa era a coisa certa a fazer. Talvez sua família tenha zombado das pessoas que faziam as coisas de forma diferente, e assim a criança aprende que só uma forma de fazer as coisas, que será da forma que sua família fazia. Os pais são alcoólatras e a casa é uma bagunça, então a criança acredita que é assim que as casas são. Só quando a criança cresce e observa outros estilos de vida é que pode perceber que o estilo da sua casa não é o único nem o melhor. Mas mesmo assim muitos não mudam. Por quê? Por que a família já ensinou que ele só vai receber amor e atenção  se ele continuar a repetir o que sua família impôs. É como se dissessem “só vou gostar de você se você for igual a mim. Mesmo que não digam em palavras. A tragédia acontece quando a pessoa topa e passa a repetir o que os pais fizeram, sempre tentando alcançar o amor e a aceitação. Muitas vezes as pessoas vêm para terapia porque estão com dificuldades em seus casamentos, dificuldades no trabalho, dificuldades em relacionamentos sociais, e nem percebem qual foi o inicio disso tudo, acham que pode ser um problema espiritual. O que acontece é uma imensa confusão interior. Essas são aquelas pessoas que  casam com alcoólatras depois de terem sofrido anos com pais alcoólatras. Não entendem como entram em uma fria atrás da outra, não entendem como continuam a comprar o que não precisam e não podem pagar. Tudo isso tem um nome - auto sabotagem. E você só sai dela quando entende a sua dinâmica interna, ressignificar e mudar essa dinâmica.
      Na estrutura psíquica do indivíduo, o ego surge em resposta às frustrações e exigências que o mundo externo impõe ao organismo. À medida que se desenvolve, aprende a obedecer o princípio da realidade, enquanto que o id persiste seguindo o princípio do prazer. Obviamente, então, haverá conflito entre o ego e o id. O superego incorpora-se ao ego como um controle automático devido às exigências impostas pelo nossos pais, instituições religiosa e educacionais, sociedade em geral. Entretanto, o próprio meio pode ser fonte de tentações para os impulsos do id e haverá então um conflito entre o ego e o superego.
       Em vista disto, desenvolvem-se os mecanismos de defesa destinados a proteger a pessoa contra impulsos ou afetos que possam ocasionar aqueles conflitos, os quais são fontes de angustia. A angustia é a reação do ego diante da percepção inconsciente de qualquer ameaça`a sua integridade e se traduz por sintomas e sinais equivalentes a uma reação intensa de medo, porém sem objeto aparente. As ameaças podem provir da própria natureza e intensidade do impulso, do sentimento de culpa frente ao superego se houver satisfação do impulso, do sentimento de inferioridade se o impulso não for satisfeito e do receio da crítica social se o indivíduo não rejeitar as próprias tendências.
       Os mecanismos de defesa têm funções protetoras e alguns deles são empregados por todos, na vida cotidiana, para conseguir  a estabilidade emocional. Podem ser usados para auxiliar na integração da personalidade, apoiando-a na adaptação ao meio e nas relações interpessoais. Entretanto, seu uso pode ser feito de forma inadequada ou mesmo destrutiva, tornando-os em si mesmos, ameaças para o bom funcionamento do ego, levando ao aparecimento de distúrbios psicológicos e a auto - sabotagem não deixa de ser um mecanismo de defesa e ineficaz.

Em suma,

Todos os seres humanos absovem padrões doentis - a maioria, são inconscientes.  Indivíduos calça os sapatos do pé direito sempre antes do esquerdo, ou vice-versa, outros gostam de comer determinados alimentos antes de outros ( come as frutas antes do café com pão pu vice e versa ). Quando são acontecimentos corriqueiros, não há grande importância. O perigo é quando a repetição é destrutiva. “São compulsões que levam indivíduos à beira da loucura e destroem vidas - as suas próprias e as de outros, diz o psicanalista freudiano americano Stanley Rosner em seu livro - O ciclo da auto-sabotagem (ed. Best Seller).

 O ciclo da auto-sabotagem - É a tendência a se repetir, indefinidamente, atitudes destrutivas. É claro que a maioria das pessoas não percebe o que faz. Prefere acreditar que a insatisfação é apenas fruto de algo externo. E essa negação faz com que ela siga em frente, sempre sofrendo. Pode se manifestar em absolutamente todos os aspectos da vida: no namoro, no casamento, na criação de filhos, na escola, no trabalho.

 A auto-sabotagem acontece - No casamento, por exemplo, que é um espaço de luta de poder e desejos, é comum o conjuge deixar o outro controlar, dominar e punir, enquanto o outro simplesmente age de forma que esse controle e essa dominação cresçam ainda mais. Ambos seguem um acordo silencioso, não importando se ele traz culpa ou dor. Também é muito frequente uma pessoa casar várias vezes e, apesar de os parceiros serem absolutamente diferentes, criar situações e problemas idênticos com todos eles. Qualquer um pode perceber que um padrão doentio  está sendo repetido - menos ela própria. Outro ponto: em meus pacientes de terapia de casais, costumo encontrar semelhanças entre cônjuges e seus pais. E o paciente se assemelha com quem ele mais teve dificuldades: o pai frio e distante deu origem ao marido insensível. É a representação de uma relação mal-resolvida do passado.

 A infância é a origem dessas repetições - Na maioria dos casos analisados Sim, é basicamente na relação entre pais e filho que se constroem esses padrões. É de traumas, grandes ou pequenos, do começo de nossas vidas que isso tudo nasce. De um sentimento de abandono, nasce a crença de que se aquilo for repetido, as coisas serão transformadas. Tudo é inconsciente, é claro.

O divórcio dos pais faz com que as crianças tenham dificuldades emocionais no futuro -  O divórcio em si, NAO. Mas se o divórcio é complicado e, principalmente, se a criança é usada como uma bola de PING-PONG neste processo, isso deverá, sim, acarretar problemas mais tarde. O mesmo se os pais ficam anos falando mal um do outro na frente da criança ou para a crianca. Tudo que quebra a confiança e a segurança de uma criança pode fazê-la ter dificuldades emocionais na vida adulta.

O individuo auto-sabota no trabalho - Todos conhecemos alguém que pula de emprego em emprego e está sempre culpando um chefe ou os colegas. Nos novos empregos há sempre problemas semelhantes aos anteriores. Isso é porque o relacionamento interpessoal é um fator muito importante no trabalho - tanto quanto dedicação ou competência. As percepções das pessoas no local de trabalho muitas vezes são distorcidas por relações mal resolvidas do passado, da mesma forma que no casamento. Vê-se um chefe como o pai severo ou uma colega como a irmã competitiva. A auto-sabotagem nasce daí: questiona-se a autoridade do chefe, negligencia-se uma meta, começa-se a chegar a atrasado. Como forma de combater inconscientemente algo do passado que ainda nos atormenta.

E possível sim controlar a auto-sabotagem, mais é difícil evitar - É possível controlar, mas evitar essas repetições destrutivas é muito difícil, porque elas estão consolidadas em nosso inconsciente desde muito cedo. Uma pessoa pode até perceber sua compulsão em agir daquela maneira e, a partir disso, acreditar que poderá controlar-se da próxima vez. E mais uma vez ela age destrutivamente e crê que na próxima ela evitará e assim por diante. Por isso eu digo que estar ciente de seus padrão doentios abssovidos na infância, e que estão na fase  de compulsões, é extremamente importante, eu diria que é o primeiro passo. Mas o caminho para estancar esse comportamento é ir de encontro ao trauma que está na raiz de tudo é o caminho para superação. 

          O caminho mais curto para superar  é este problema é a terapia. Muitos pacientes iniciantes agem como se tivessem nascido ontem e se recusam a falar do passado. Acham que é no presente que está a resolução de seu problema. Aos poucos vão percebendo que é preciso voltar no tempo para resignificar os conceitos errados. A chave está na origem dos conflitos e é necessário uma acompanhamento de um psicologo ou um psicanalista.

                    Jose Valter Rodrigues Lima
Psicanalista clínico e Mestre em Psicanálise Aplica a Saúde e a Educação